Nesse canteiro híbrido de terra e ar é possível sentir a aura viva a cantar Um soneto desce querendo entreter letras chorosas tentando condizer As mágoas não ultrapassam essa montanha fria aqui, nesse lago fundo, há um lampejo de alegria O gênio ronda, a paz impera bem no centro da atmosfera De tardinha tornamo-nos águia... Continuar Lendo →
O tempo: essa ponte frágil
A criança a brincar índio pelado ao luar encarando o efêmero: esse sublime tempero Um sorriso e um semblante, farol dos olhos, um mirante, horizonte bronzeado a indicar a insônia do devir a embalar Berço imemorial das personalidades grandeza por detrás de cada vaidade arquétipo único e sabor diferente a semear cada qual um continente E as... Continuar Lendo →
Nas crateras da mineração de Seu Alfredo revelam-se mundos oníricos
Com mais ou menos quinze anos, Seu Alfredo, ao percorrer os túneis esburacados da montanha desmoronada de si mesmo, descobriu um lugar festivo, de fauna e flora completamente peculiares. Sempre que a dureza da materialidade das coisas, ou a inconstância contida no olhar cansado de alguém lhe constrangia, Seu Alfredo voltava-se sorrateiro para esse Jardim... Continuar Lendo →
Dia de Pescaria de Seu Alfredo ou A plateia de Tilápias
Amarrava às tralhas na Belina 75 e pensava - "fundar os nexos para os que ouvem; entreter uma plateia com uma fatia risonha do meu tempo." Engarrafado no fluxo de cores, cheiros e movimentos, Seu Alfredo desviava do trânsito que ora parecia constituído de carros, ora de cápsulas de energias radiantes, prisma incontido de luz matinal.... Continuar Lendo →
Opereta a Seu Alfredo Diviaggi ou o Despertar do Aquífero Guarani
Seu Alfredo sempre dizia que escrever é: "a grafia do ser, enfiada goela abaixo da vida". Arquitetava cada parágrafo da sua profissão com ousadia e uma caótica organização. Gostava, e, principalmente, era pago, para escrever em revistas e jornais, material suficiente para a produção de um livro a cada seis meses. ... Continuar Lendo →
Chora, minha retroescavadeira em obras
O escritor esforçava-se para arrancar sentidos cruciais de uma mera folha em branco. Farfalhavam as quaresmeiras entoando cantigas de seitas desconhecidas. Relembrava dos indígenas ancestrais que ali viveram, venceram e pereceram. O amor desde cedo fazia sua função básica de entorpecer cada gotícula das sensações humanas. Invadido pelos rituais de outrora, podia comunicar-se com a energia... Continuar Lendo →
I don´t want to say this in English ou O Ocaso dos Tizius.
Pensar em outra língua, obnoxious invasion of my lake, my ocean. I don´t want to say this in Português Irmãos na Língua: congregai! knowledge and capacity to build the wall of justice I don´t want to say isso em Português Deixa o fardo triste, levanta! There is a world, we wanna engraft peace in everyone like... Continuar Lendo →
À Chama Do Agora
Quando a infância corria alegre, à toa, A poucas ruas distavam nossas canoas A trilharem o cristal do mar espelhado Esse mar agreste que fomos lançados. Depois te revi...na fronte branca Beleza da pérola à alma franca Detém o toque mais sutil Ardente presente juvenil. Arremessei minha alma no espaço sideral Por ti sonhei, noite celeste... Continuar Lendo →
Aqui há um poço artesiano com dentes afiados
Exorcizar o fracasso acumulado Vomitar a fel desse céu fustigado Reconhecer o nada a embalar esta cantiga A maldade absurda a enublar toda a vida. Fazer do ócio a profissão perante o ódio de plantão O fruto podre na compota há tanto doce que enoja. Alcançar metas ridículas a longo prazo Ser a seta, horizonte, do próprio ocaso... Continuar Lendo →
A mitologia de um pipeiro
Havia uma guerra generalizada no céu de onde eu vim. Os meses de julho e os finais de ano - meses em que a escola formal abria alas para a Universidade das ruas - agitavam seus ventos para o desfile da criançada olhando para cima. A vareta, a linha, o... Continuar Lendo →
O carnaval do instante, este carro abre-alas.
Os sonhos de verão a colorir nossa visão a harmonia do dia em constante vigília. A noite a percorrer, amor sem se conter, os horizontes encantados de teus olhos delicados. Nesse reino onde o riso é a senha do paraíso, façamos os esconderijos de nossos beijos incontidos. E na aurora sempre prometida... Continuar Lendo →
Que é sim, não é não.
Ler a Ilíada daqui do Brasil remonta um antigo ardil em Ílion, longínquo litoral e o vir-a-ser hodierno marcial. A Guerra era modesta nobreza, aretê, disputa hoje há só filhos da puta debatendo-se por moedas. Quão grande é meu gigante Verde-louro e Azulado? Onde estão a paz do futuro e a glória do passado? Pois que não chega, entre... Continuar Lendo →
Saudação a “Seu” Mário Biava
Apenas muito raramente os personagens da literatura podem ser equiparados em saber, profundidade de análise e capacidade de amar. Emergir da Divina Comédia do cotidiano com uma fagulha de sapiência, a precisão do cálculo e a imensa moralidade de ser condigno a todos, são dádivas dos mártires, líderes espirituais e xamãs dos quatro cantos do mundo.... Continuar Lendo →
Poema que Encomenda – Ode aos Casais e aos Professores
O que é posicionar a câmera dos olhos sobre um casal? Ser junto é cultivar à estrada rápida - obra de infraestrutura - do governo do Amor. Um dueto de instrumentos musicais diferentes, destoantes e colossais, guardado no bolso principal do coração. Segue à norma básica do que é único: ser duplo. É expurgação das dores... Continuar Lendo →
O Louco e o Profeta são da mesma estirpe
-Vixe, você nem peidou ainda mas já sinto, como fede! (a escatologia é sempre saudável para iniciar conversas pautadas pelo riso) - Ah muleque, que anda fazendo por aí, metido em escrever sei lá o que, com essa letra horrível? (Devolver patadas é praxe corriqueira, inscrita no coração de cada um com as farpas de mil cactos.)... Continuar Lendo →
O Rodopio Desconsertado da Minha Alma
Inflama, queima minha Alma que hei de te cantar. Aqui, religando os Hermetismos e Ocultismos, reatando o horizonte nu de tudo! Aqui, Nós, América, Sul, Centro Norte Leste e Oeste. Nós da linha de frente amando os sprays de pimenta. Nós que queimamos o incenso só para que ele cheire. A roupagem tem que cair... Continuar Lendo →
Livro: O Espelho Humano por Excelência
O livro é o fogão do sonho de plantão de um país, uma Nação aquece, nutre e prepara o sentimento, a batalha O livro é o tijolo o pilar, o miolo, do castelo da mente que ri contente na selva do presente A escrita é um baile de máscaras o esconde-esconde das crianças rápidas é... Continuar Lendo →
Te Amo! Tu Metralhadora de Letras
Congregar! Unir para espalhar, a aurora, a cantiga, o luar. Prensar as emoções doces colher o suco fresco de noite Orbitar desesperadamente à paz Como se fosse o último sopro de ar. Destilar o néctar da boca, essa ninfa de voz rouca. Atiçar a viagem, o Nordeste, recolher o tesouro do Agreste. Se não formos,... Continuar Lendo →
Confissões noturnas
A mulher é o segredo, o enredo, o idioma da nossa língua, o aroma, os olhos pretos, miragem que colore a viagem é o interesse bom, a dúvida as nuances das curvas os inícios, as esperanças saudades da criança É o sempre aluno confundido com professor É a surpresa da moça a pupila da onça... Continuar Lendo →
Ode à Timidez
Ouvir com cuidado é mais difícil que falar de si. Sustentar os olhos nos olhos, jogo disputado entre o ilimitado e infinito, é mais difícil que desviar o olhar. Dizer-se de si mesmo é mais difícil do que dizer de outras pessoas e coisas. Perder-se nos meandros dos sonhos próprios é mais fácil que erigir... Continuar Lendo →