Brevíssima Ode a Sebastião Salgado

Se os olhos de Sebastião piscaram diante das carências e sucessos, das vivências e dos excessos? Com certeza visitaram o celeiro das contradições a brotar do peito e que, tecnicamente capturadas, eternizam-se (estátua de mármore encarnada).  Sua obra coleciona várias das rasuras no grande texto da História do Século XX, porém defende com todo o custo uma fagulha de esperança no olhar de uma criança (ai de mim se pudesse ver essa criança por aí a todo momento).

        O Sal da Terra, tenho certeza, é uma foto tirada por alguma divindade, fragilmente emoldurada (esperando por nós que rompemos os limites dos enquadramentos) contendo todas as potencialidades de tudo isso que chamamos de planeta Terra (um titã que ora quer brincar de esconde-esconde, ora quer brincar com água).

        Na minúscula espécie Homo Sapiens há dois tipos de anomalias genéticas facilmente identificáveis: as que sonham e as que insistem no roteiro sombrio de antigos pesadelos. (Claro que o sonho é imposição da ditadura da justiça, do tribunal do amor, onde os congressos nacionais são amplos jardins abertos onde se toca música ambiente)

        Os olhos do mundo, o penetrar nos pontos-de-vista dos nossos Sebastiões (os bastiões) que simples como o vento, nos Andes e nos Saharas, sopram a luz e a grafia, impõem à sombra o raiar do dia, radiando o espírito de uma era, um grande grito da Terra. Uma cordilheira íngreme escalada, que proporciona o alcance incrível de la mirada.

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