Exorcizar o fracasso acumulado
Vomitar a fel desse céu fustigado
Reconhecer o nada a embalar esta cantiga
A maldade absurda a enublar toda a vida.
Fazer do ócio a profissão
perante o ódio de plantão
O fruto podre na compota
há tanto doce que enoja.
Alcançar metas ridículas a longo prazo
Ser a seta, horizonte, do próprio ocaso
Cospes e segues teu curso ordenado
Sempre sambando ao sol do descaso.
Enquanto buscas o fétido d’eus material
Continuarei invertendo o que lhe é vital.
Se me olhas de uma janela azul de esperança
Relembras que aqui não há resquícios de criança.
Tuas caras e bocas mundanas não me convém
Sou o verme a corroer às bases do teu convés.
Se te angustias perante minhas palavras ao vento
É porquê te assusta a força titânica do meu alento.
Se desejas me ferir com teu cruel desprezo
Torno-me a corrosão vermelha dos teus desejos,
Se queres brincar de arruinar vidas alheias
Aqui tu terás apenas aquilo que semeias.
Se sobes ao pisar em outrem
Saiba que um dia o mal vem
Ceifando e espalhando desdém
Como um santo decaído diz amém.
Se te armares de escopetas,
Nós vamos vir das sarjetas
Espalhando às berettas fortes
Enquadrando tuas feias frontes
Não há escapatória para o crime
Vamos caçar à escória como um time
Levando terror aos criminosos
Empunhando o troféu de ossos
E um dia há de vir o anarquismo
Cada um a cuidar do seu destino
Sem nenhuma merda de governo
Doente para persistir em seu erro
Dando aos burros, o pão do alento
Esmola pouca, em vez de talentos
Sustento parco, bolsas famílias
Que sustentam somente às ilhas
Dos ricos e suas minorias ignóbeis
Dos Filhos Da Puta e seus Porsches
O proprietário rural e sua mansão
A corroer qualquer sonho de Nação.
Os ricos são culpados sim, são loucos,
Inculcam nos pobres pesadelos ocos
Que o dinheiro compra à sovina felicidade
O luxo a corroer cada vão da sociedade.
Necessito evolução
Demando à dissolução
Das entranhas, da razão
Que endeusa a produção
Em contrapartida do coração.
Replique