Não se lembra?
Quantas vezes falamos sobre isso?
E por quantas vidas sabemos de verdades cruciais?
Nós que lemos os Gênesis aos pés de tantas crianças,
Que recitamos Shakespeare em belos teatros mentais,
Que clamamos às linhas de frente de tantas revoluções!
Essas letras que escreveram-se tantas vezes!
Essa história recontada, conto de fadas erótico!
Tantos sonhos estrangeiros e brasileiros!
Humanos, repetidamente humanos!
E quanta luta. Luta-se por direitos, por deveres, por ações!
Eu, que decretei tantas vezes o fim das lutas, decreto mais uma vez aqui, nesse onírico túnel do real entre mim e ti, nessa fantasia proporcionada pelo Teatro oficial do Século XXI, a onipresente virtualidade, eu decreto o fim de qualquer luta.
E que cada qual, mestre de si mesmo, sem lutar por nada, porque na luta não há paz, você não se lembra?
E que cada qual, mestre de si mesmo, você não se lembra?
Mestre de si mesmo, ilumine os meandros da grande nação humana. Torne o agora o único templo de cada ser. O olhar alheio a divindade a reger os destinos. Mestre de si mesmo, saiba sair de si mesmo! Virar-se do avesso, ser novamente travesso. Mestre de si mesmo, não há mestres lá fora, né? Não há líderes não é?
E imploda qualquer sonho humano de fazer algo! Os sonhos não podem ser realizados, eles não são feitos. Eles apenas acontecem! Mestre de si mesmo, espere.
E os sonhos humanos por demais concretizando-se e partindo, alcançando metas gigantescas e zarpando no barco da história!
Somente a repetição é real. Atenha-se às repetições, às contínuas ondas do mar da vida. Aceite-as, brinque-as! E realmente gargalhe o privilégio de cantar no seu tom, de ser o mestre de si mesmo, e nunca olhe para fora!
Replique