Nadava crawl no Ganges profundo,
submerso no caos inconsciente,
um mito que jorra por segundo,
arrebata o coração da gente.
É a história de Teseu e Ariadne,
a desvelar os frágeis novelos,
É o futuro imerso na Saudade,
o fio tênue de tantos elos.
O substrato imemorial,
do Ser, do Velho e do Amor,
a verter no quintal
o círculo, o centro, a dor.
É Indra, Hórus, Exu, Shiva
Oxalá, Zeus, Ísis, Afrodite
Baco, Krishna, Buda, Tao, Javé
Brahma, Kali, Pachamama, Tupã
Demian, Bernardo Soares, Sancho,
Juiz Holden, Mefistófeles, Fausto,
Touchstone, Jaques, Julieta, Saci,
Quincas Borba, Fitafuso, Ahab
É a história da poeira letrada
ora conto de fadas, aventuras
Ritual azul da façanha ousada
Revelação! Possibilidades cruas!
Tudo vem a ser no mito,
uma trama de pedras preciosas
um milagre do ouvido
a reluzir às faces zelosas.
Cantou-se em mim às histórias
várias danças em trajes modernos,
inspiradas pelas Musas Memórias
imenso carnaval primevo de versos.
Se por um audaz ato conjuratório,
O Tigre for capturado no mito,
Que trema o teatro mental ilusório,
Que irrompa o rugido antigo.
É um poder, um encantamento,
Que sobe para nutrir o destino,
entregando o sagrado alimento,
A soar como melodioso hino.
O conto é a penúltima pista,
antes da bem-aventurança total,
é o milagre da fusão da vista,
um relance completo final.
É a ação meditativa,
que descansa profunda,
na base do fogo da vida,
de onde a sabedoria oriunda.
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