O que é posicionar a câmera dos olhos sobre um casal?
Ser junto é cultivar à estrada rápida – obra de infraestrutura – do governo do Amor.
Um dueto de instrumentos musicais diferentes, destoantes e colossais, guardado no bolso principal do coração.
Segue à norma básica do que é único: ser duplo.
É expurgação das dores e capacidades do ecossistema – com imensa variabilidade genética – do corpo.
É o sonho de união,
vontade mística de fusão,
o riso, o toque, a fala
a beleza suave resvala.
Equilibrista hábil,
fintando o hábito,
É um casal imerso
no caos do Universo.
Deve ser mutualismo,
a partitura, o hino,
Um presente do destino
que avança sorrindo.
Que os sentidos, jurados,
vejam a força desmesurada,
de dois mundos, dois Cosmos,
que se beijam e se gostam.
Se no relevo escarpado da face,
com suas planícies lindas e vales,
os olhos marejados são os mares
que alimentam e fartam os lares,
O amor desce e brinca e prospera
quando cada metade da matéria
cansada de ser até então sozinha
transforma dois pontos em linha
Dá ao mundo a nova perspectiva.
Uma prole: triste de quem não a tem.
Feliz de quem pôde sair de si,
virar-se do avesso,
ser novamente travesso,
na frescura matinal daquilo
que é criança.
E continuemos professando os mantras,
dos nossos, das ruas, das danças,
reatando às estrelas francas.
As amizades são miragens,
misturando as alegrias e viagens,
discordando e abraçando à primeira vista
quase 30 anos do desdobrar de almas repentistas.
Cabe a nós ser as correntes marítimas quentes,
desse oceano caudaloso,
o novo grão do feijão rançoso,
o batalhão lançado à frente ansioso.
E que esgotemos os predicados
realizemos o irrealizado
e nos voltemos ao sagrado.
E que entornemos às garrafas do ceticismo,
com uma bela dose de lirismo,
um túnel contínuo,
nesse grande labirinto.
E que saibamos guardar na mochila da memória
os relatos, os causos, as histórias,
das pessoas e suas glórias.
E que as lições sejam apreendidas,
as provas, todas corrigidas,
e que nunca falte ternura no giz,
a própria força-motriz,
da cultura, de um País,
onde o professor é o juiz,
não dando penas,
mas os fuzis,
que não matam,
mas mudam
conhecimento
resistência
esperança
labuta
a luta
do Brasil
nosso fuzil
que não mata,
encarnado na palavra,
horizonte da batalha.
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