Oração ao Brasil

Te vejo da perspectiva estreita

de um dos teus, terra violenta.

Mercadoria traficada, oásis do sul

os teus guetos, vielas, o céu azul

Fardados cobrem ruas anti-manifestação

enquanto carentes, usuários, infestação

é regra encravada em seu coração.

Brasil reage, vai, deixa a ladroagem

a ambição; rega teus filhos sedentos

não de pão, mas de necessária união

Se tua mistura das raças puder

temperar o molho com a colher

da gentileza, da harmonia, então,

talvez, não se despeça triste o dia

Colosso frouxo fustigado

na política maltratado

enquanto o álcool destilado

corrói os sonhos adocicados

Tua Brasília é ilha

paraíso bem fiscal

da falcatrua nacional

que baila no teu quintal

Levante verde-louro

reaja, cospe tua cachaça,

enfrenta a antiga piada

e faz crescer a piazada

Se tens vales, montanhas,

ribeiras; se despencam

as cachoeiras, por que

deixar a felicidade, o

futuro da bondade

escorrer pelos ralos?

Pense nas cores das crianças

vermelhas, pretas, laranjas,

No infinito amor filial que surge

da avó quando seu netinho nutre

O Ipiranga, do brado fadado

Cansou-se de ser soldado

numa guerra imunda

de um país que se afunda

A política é mero joguete

a revolução, u kno, está na mente

da gente nossa que não para

na contra-mão da batalha

Feliz será o dia, espero ver

onde a manhã trouxer

a aurora do ser ante

o ridículo vício do ter

Aí será exagerado o nosso

sonho descuidado de

erigir delicado, um

país equilibrado,

Onde o crime é passado

de um pesadelo dispensado

onde o riso será o jardim

e que pese sobre mim

apenas a feliz lembrança

de ter sido um pólen da esperança

no céu tupiniquim.

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