A água estrelada lavou as pretensões de grandeza,
ai de mim se pudesse acompanhar a correnteza
mas seu fluxo fugidio deixou esperanças,
em gotículas adocicadas de mudanças
O porco já comeu; o cavalo antigo também
e eu acompanho-os num contínuo vai e vém,
o fogo-apagou gorjeou numa janela outrora fechada,
Serei contigo um só nessa madrugada.
A Serra permanece majestosa no quintal,
cortina de relva anunciando o festival,
As árvores são colchas verdes a cobrir as borboletas
azuis, vermelhas, amarelas, violetas
Mergulhado na verdura dos matagais,
7 horas da manhã colho a vida nos pés
As angústias e as glórias orvalharam-se, frugais
anunciando a aurora de viés
O vento sopra folhas antigas – milhões –
contendo em cada uma a alvura universal
do recomeço, dos elementos, das re-uniões
a infinitude da vida, presente colossal
Esse bucolismo que abraça felizmente,
na pastoral inédita da beleza, danço.
A neblina fria exige o café quente,
pois de corda bamba fina é o momento, balanço
Um entre muitos sonhos diz que a noite findará o dia, trazendo à floresta o silêncio, e a mim, a calma macia.
Replique