64 Definições de Vida (aos olhos da Biologia)

Jean Baptiste LAMARCK (1802)

“A vida é uma ordem ou um estado das coisas das partes componentes de um corpo, que torna o movimento orgânico possível e que efetivamente tem êxito, conforme persiste, em se opor à morte.”

Ludwig BÜCHNER (1855)

“A geração espontânea existe, e formas superiores se desenvolveram gradual e vagarosamente das formas inferiores pré-existentes, sempre determinada pelo estado da Terra, mas sem influência imediata de um poder superior.”

Rudolf VIRCHOW (1855)

“A vida sempre permanecerá algo à parte, mesmo se nós descobrirmos que ela é mecanicamente criada e propagada aos mínimos detalhes. “

Ernst HAECKEL (1866)

“Qualquer hipótese detalhada sobre a origem da vida deve, até agora, ser considerada sem valor, porque, até esse momento, nós não temos informações satisfatórias sobre as condições extremamente peculiares existentes na Terra no momento em que os primeiros organismos se desenvolveram.”

Thomas Henry HUXLEY (1868)

“As forças vitais são forças moleculares.”

Justus von LIEBIG (1868)

“Nós só podemos assumir que a vida é tão antiga e tão eterna quanto a matéria ela mesma…Por que a vida orgânica não pode ser pensada como presente desde o começo, assim como o carbono e seus componentes, ou como toda a matéria incriável e indestrutível em geral?”

J. BROWNING (1869)

“Não há uma linha limite entre as substâncias orgânicas e as inorgânicas…Raciocinando por analogia, acredito que nós devemos antes de uma longa busca considerar uma tarefa igualmente difícil fazer uma distinção entre as formas inferiores da matéria viva e da matéria morta.”

L. S. BEALE (1871)

“A vida é um poder, uma força ou uma propriedade de um tipo especial e peculiar, temporariamente influenciando a matéria e suas forças ordinárias, mas inteiramente diferente de, e de nenhuma maneira correlata a, qualquer destas.”

H. C. BASTIAN (1872)

“As coisas vivas são agregados peculiares de matéria comum e uma força comum na qual em seus estados separados não possuem as qualidades de agregação conhecida como vida.”

Claude BERNARD (1878a)

“A vida não é nem um princípio nem um resultante. Não é um princípio porque esse princípio, de alguma forma dormente ou expectante, seria incapaz de agir por si mesmo. A vida não é também um resultante, visto que as condições físico-químicas que governam as suas manifestações não podem dotá-la de qualquer direção ou de qualquer forma definida… Nenhum desses dois fatores, nem o princípio diretor do fenômeno, nem o conjunto das condições materiais para a sua manifestação, podem, sozinhas, explicar a vida. A sua união é necessária. Em consequência, a vida é para nós um conflito.”

Claude BERNARD (1878b)

“Se eu tivesse que definir a vida em uma única frase…Eu diria: a vida é criação.”

Friedrich ENGELS (c. 1880)

“Nenhuma fisiologia é tomada como científica se não considera a morte como um fator essencial da vida…A vida significa morrer.”

Herbert SPENCER (1884)

“A mais ampla e mais completa definição de vida será “o contínuo ajustamento de relações internas e externas”.

August WEISMANN (c.1890)

“O organismo vivo já foi comparado com um cristal, e a comparação é, mutatis mutandis, justificável.”

Wilhelm PFEFFER (1897)

“Mesmo o melhor conhecimento químico dos corpúsculos ocorrendo no protoplasma não é mais suficiente para a explicação e entendimento dos processos vitais, do que o mais completo conhecimento químico do carvão e do ferro é suficiente para o entendimento de um motor a vapor.”

A.B. MACALLUM (1908)

“Quando procuramos explicar a origem da vida, não nos é requerido postular um organismo altamente complexo… como sendo o genitor primitivo de todos, mas antes um que consiste de poucas moléculas somente e de tal tamanho que é além do limite da visão com os maiores poderes do microscópio.

A. PETTER (1923)

“É a maneira particular da composição dos materiais e processos, sua organização espacial e temporal que constitui o que chamamos de vida.”

Alexander OPARIN (1924)

“Quais são as características da vida? Em primeiro lugar há uma estrutura definida ou organização. Então há a habilidade dos organismos em metabolizar, em reproduzir outros como si mesmos, e também suas respostas à estimulação.”

J. H. WOODGER (1929)

“Não parece necessário pararmos na palavra “vida” porque esse termo pode ser eliminado do vocabulário científico pois é uma abstração indefinível e nós podemos seguir em frente perfeitamente bem com o “organismo vivente” que é uma entidade que pode ser especulativamente demonstrado.”

Ludwig von BERTALANFFY (1933)

“Um organismo vivo é um sistema organizado em ordem hierárquica de várias partes diferentes, no qual um grande número de processos são dispostos de tal forma que pelo meio de seus relações mútuas, dentro de amplos limites com mudanças constantes dos materiais e energias constituindo o sistema, e também apesar dos distúrbios condicionados por influências externas, o sistema é gerado ou permanece num estado característico dele, ou esses processos levam à produção de sistemas similares.”

Niels BOHR (1933)

“A existência da vida deve ser considerada como um fato elementar que não pode ser explicado, mas deve ser tomado como um ponto inicial na biologia, de uma maneira similar que a quantidade de ação, que aparece como um elemento irracional do ponto de vista da física clássica, considerada conjuntamente com a existência das partículas elementares, formam a fundação da física atômica.”

Erwin SCHRÖDINGER (1944)

“A vida parece ser um comportamento ordenado e legalista da matéria, não baseado exclusivamente em sua tendência de ir da ordem à desordem, mas baseado parcialmente na ordem existente que é mantida.”

J. ALEXANDER (1948)

“O critério essencial da vida é duplo: (1) a habilidade em direcionar a mudança química pela catálise, e (2) a habilidade de reproduzir por autocatálise. A habilidade de sofrer alteração herdável na catálise é geral, e é essencial onde há competição entre diferentes tipos de criaturas vivas, como foi o caso na evolução das plantas e dos animais.”

J. PERRETT (1952)

“A vida é um sistema potencialmente auto-perpetuador aberto de reações orgânicas interligadas, catalisadas gradativamente e quase isotermicamente por catalisadores orgânicos complexos e específicos que são por si mesmos produzidos pelo sistema.”

R. D. HOTCHKISS (1956)

“A vida é a reprodução repetitiva da heterogeneidade ordenada.”

Norman HOROWITZ (1959)

“Sugiro que essas propriedades – mutabilidade, autoduplicação e hetero-catálise – englobam uma definição necessária e suficiente da matéria viva.”

Herman MULLER (1966)

“Está viva qualquer entidade que detém as propriedades de multiplicação, variação e hereditariedade.”

John BERNAL (1967)

“A vida é uma parcial, contínua, progressiva, multiforme e condicionalmente interativa, auto-realização das potencialidades dos estados dos elétrons atômicos.”

Jacques MONOD (1970)

“Os seres vivos são máquinas teleonômicas, máquinas auto-construtoras e auto-reprodutoras.  Existem, em outras palavras, três características fundamentais em comum em todos os seres vivos: a teleonomia, a morfogênese autônoma e a reprodução invariante.”

Lila GATLIN (1972)

“A vida é uma hierarquia estrutural de unidades funcionais que adquiriu ao longo da evolução a habilidade de armazenar e processar a informação necessária para sua própria reprodução.”

P. FONG (1973)

“A vida é composta de três elementos básicos: matéria, energia e informação…Qualquer elemento da vida que não for matéria e energia pode ser reduzido à informação.”

Leslie ORGEL (1973)

“Os seres vivos são CITROENS (Complexos de Informação-Transformação Reprodução Objetos que Evoluem por Seleção Natural.)”

John MAYNARD SMITH (1975)

“Consideramos como vivas quaisquer populações de entidades que detém as propriedades da multiplicação, hereditariedade e variação.”

E. ARGYLE (1977)

“A vida na Terra hoje é um processo altamente degenerado no qual há milhões de séries de genes (espécies) que se escreve a única palavra “vida”.”

Clair Edwin FOLSOME (1979)

A vida é aquela propriedade da matéria que resulta de um ciclo dual de bioelementos em soluções aquosas, ultimamente dirigidas pela energia radiante para alcançar a máxima complexidade”

Manfred EIGEN (1981)

“O mais notável atributo da organização biológica é sua complexidade…O problema da origem da vida pode ser reduzido à questão: “Existe algum mecanismo no qual a complexidade pode ser gerada de um modo regular e reproduzível?”

E. H. MERCER (1981)

“O dispositivo único que distingue, e por isso a característica definidora, de um sistema vivo é que ele é um suporte material transiente de uma organização com a propriedade de sobrevivência”

E. HAUKIOJA (1982)

“Um organismo vivo é definido como um sistema aberto que é capaz de manter a si mesmo como um autômato…O funcionamento de um autômato a longo prazo é possível apenas se existir uma organização construindo um novo autômato.”

Peter SCHUSTER (1984)

“A unicidade da vida aparentemente não pode ser traçada a um simples dispositivo que está ausente no mundo não-vivo. É a presença simultânea de todas as propriedades características…e eventualmente muitas mais, que faz a essência de um sistema biológico.”

V. CSÁNYI e G. KAMPIS (1985)

“É sugerido que a replicação – um processo de cópia alcançado por uma rede especial de inter-relação dos componentes e os processos de produção de componentes que produz a mesma rede daquela que a produz – que caracteriza o organismo vivo.”

R. SATTLER (1986)

“Um sistema vivo é um sistema aberto que é auto-replicante, auto-regulador, e se alimenta de energia do meio-ambiente.”

S. LIFSON (1987)

“Assim como a dualidade onda-partícula significa sistemas microscópicos, a irreversibilidade significa sistemas termodinâmicos, e grupos com simetria espacial são tipicamente de cristais, assim, organização e teleonomia significam matéria animada.”

Gerald EDELMAN (1988)

“Os objetos animados são sistemas auto-replicadores contendo um código genético que sofre mutação e cujo os indivíduos variantes sofrem seleção natural.”

Christopher LANGTON (1989)

“A vida artificial pode contribuir para a biologia teórica ao localizar a vida-como-conhecemos dentro de uma figura mais ampla de a vida-como-ela-pode-ser.”

A. BELIN e J. D. FARMER (1992)

“A vida envolve: (1) um padrão no espaço-tempo (antes de um objeto material específico); (2) auto-reprodução, em si mesma ou num organismo correlato; (3) armazenamento de informação de uma auto-representação; (4) metabolismo que converte matéria/energia; (5) interações funcionais com o meio-ambiente; (6) interdependência das partes dentro do organismo; (7) estabilidade sob perturbações do meio-ambiente; e (8) a habilidade de evoluir.”

Stuart KAUFFMAN (1993)

“A vida é uma propriedade esperada, coletivamente auto-organizada dos polímeros catalíticos.”

A. de LOOF (1993)

“A vida é a habilidade de comunicar.”

Claus EMMECHE (1994)

“A vida em si mesma é um fenômeno computacional.”

Definição da NASA (Gerald JOYCE, 1994)

“A vida é um sistema químico auto-sustentado capaz de sofrer a evolução darwiniana.”

André BRACK (1996)

“A vida é um sistema químico capaz de replicar-se a si mesmo por autocatálise e de cometer erros que gradualmente aumentam à eficiência da catálise.”

Sidney FOX (1996)

“A vida consiste de corpúsculos proteináceos formados de uma ou mais células contendo membranas que permitem a ela se comunicar com o meio-ambiente via transferência de informação por impulso elétrico ou substância química, e é capaz de evolução morfológica pela auto-organização dos precursores, e mostra atributos de metabolismo, crescimento e reprodução. Essa definição compreende ambas a protovida quanto a vida moderna.”

Tibor GÁNTI (1996)

“Ao nível celular os sistemas vivos são autômatos proliferadores fluidos químicos controlados por programa, a organização fluida que é uma organização chemoton [sic]. E a vida em si mesma – a nível celular – não é nada mais do que a operação desses sistemas.”

Jesper HOFFMEYER (1996)

“A unidade básica da vida é o signo, não a molécula.”

Abir IGAMBERDIEV (1996)

“A vida é uma atividade auto-organizada e auto-geradora de sistemas abertos não-equilibrados determinados pelas suas estruturas semióticas internas.”

Francisco VARELA (1996)

“Um sistema físico pode ser dito como vivo se é capaz de transformar a energia/matéria externa em processos internos de auto-manutenção e auto-geração. Esse senso comum, uma definição macroscópica, encontra seu equivalente ao nível celular na noção de autopoiesis. Isso pode ser generalizado para descrever o padrão geral da vida mínima, incluindo a inteligência artificial. Na vida real, a rede autopoiética de reações está sob o controle de ácidos nucleicos e proteínas correspondentes.”

F. HUCHO e K. BUCHNER (1997)

“A transdução de sinal é uma característica fundamental da vida assim como o metabolismo e a auto-replicação.”

R. S. ROOT-BERNSTEIN e P. F. DILLON (1997)

“Organismos vivos são sistemas caracterizados por serem altamente integrados através do processo de organização guiado por (e mais altos níveis de) complementariedade molecular.”

Kalevi KULL (1998)

“Um organismo é um texto para si mesmo pois ele requer leitura e representação de suas próprias estruturas para sua existência, por exemplo, para crescimento e reparação. Ele também usa a leitura da sua memória quando em funcionamento. Isso define um organismo como um texto auto-leitor.”

Huber YOCKEY (2000)

“O caráter segregado, linear e digital da mensagem genética é um fato elementar e, portanto, essencialmente uma definição de vida. Eles são um golfo entre os organismos vivos e a matéria inanimada.”

Thomas SEBEOK (2001)

“Porque não pode haver semiosis sem interpretabilidade – certamente a propensão cardinal da vida – a semiosis pressupõe a identidade axiomática da semiosfera com a biosfera.”

David ABEL (2002)

“A vida é uma sinfonia de processos algorítmicos dinâmicos e altamente integrados que produzem um metabolismo homeostático, desenvolvimento, crescimento e reprodução.”

David KOSHLAND (2002)

“Se eu estivesse na Grécia antiga, criaria uma deusa da vida a qual eu chamaria de PICERAS, … porque existem sete princípios fundamentais (os Sete Pilares da Vida) nos quais um sistema vida está baseado: P (Programa), I (Improvisação), C (Compartimentalização), E (Energia), R (Regeneração), A (Adaptabilidade), e S (Seclusão).”

Edward TRIFONOV (2002)

“A vida é uma replicação quase precisa.”

Ailton KRENAK (2020)

“A vida é esse atravessamento do organismo vivo do planeta numa dimensão imaterial.” (A Vida Não é Útil)

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